sábado, 20 de novembro de 2010

" A verdadeira hitória de Francesco Valandro -RS "

TENHA ORGULHO DE SEUS ANTEPASSADOS

“São as pessoas humildes que eu procuro,
O sal da terra,por assim dizer,
Aqueles que domaram o solo bruto ,
E fizeram nele as sementes florescer.
São estes que eu gosto de encontrar,
Quando mergulhada na estrada da geologia ,
E é apenas por orgulho que eu me deixo levar,
Refazendo seus passos para assim os imortalizar,
Aqueles que buscam o passado com sonhos de glória
De encontrar heróis e ducados, em cada história,
Não devem jamais se desapontar
Ainda que descobrirem que os humildes “bisinhos”,
Tinham somente as estrelas para contemplar”

(Tradução Lea Beraldo)





A IMIGRAÇÃO ITALIANA



























A unificação italiana foi um dos principais fatores para que esta grande leva de italianos aportarem neste continente. Em 476 d.C., o Império Romano foi dissolvido fazendo com que a Itália ficasse dividida em várias unidades políticas (regiões) independentes entre si .Em 1815 , após o Congresso de Viena , estas regiões passaram a ser dominadas pelos austríacos , franceses e pela própria Igreja Católica. Os reinos e ducados das regiões da Lombardia-Veneza, Toscana ,Parma, Modena e Romagna estavam sob o domínio Austríaco. O Reino das Duas Cecílias pertencia à dinastia francesa dos Bourbon .O Reino de Piemonte- Sardenha era autônomo , governado por um monarca liberal e os Estados da Igreja pertenciam ao Papa.
No início do século XIX , devido ao desenvolvimento industrial, o norte da Itália passou por transformações sociais e econômicas , fazendo com que várias cidades italianas do norte crescessem e o comércio se intensificasse.
Em 1848, ocorreu a primeira tentativa de unificação, com a declaração de guerra à Áustria pelo Rei Carlos Alberto , do Reino de Piemonte-Sardenha.Vencido, o rei deixou o trono para seu filho Vitor Emanuel II , em cujo governo o movimento em favor da unificação da Itália foi liderado por seu primeiro-ministro , o Conde de Cavour.Apoiado pela França em 1859, Cavour deu início à guerra contra a dominação austríaca. Conseguiu anexar ao reino sardo-piemontês as regiões de Lombardia, Parma, Modena e Romagna.
Outros grupos também lutavam pela unificação , com a intenção de transformar o país em um República. Mazzini e Garibaldi foram os líderes mais conhecidos desta corrente. Em 1860 Guiseppe Garibaldi alia-se a Cavour e, liderando um exército de mil voluntários , conhecidos como camisas vermelhas, ocupou o reino das Duas Cecilias , afastando do poder o representante da dinastia Bourbon,Francisco II. Em março de 1861, dominando quase todo o território italiano,Vítor Emanuel II foi proclamado Rei da Itália.
É importante deixar claro que a Unificação Italiana ocorreu apenas alguns anos antes da grande imigração para as Américas, especialmente para o Brasil, e não foi de modo algum um movimento único.A Unificação acontece em 1861 , mas Veneza só foi anexada em 1866.Roma em 1870.A região de Trento só foi incorporada à Itália Unificada após a 1ª Guerra Mundial em 1919 e a questão dos Estados Pontifícios só foi resolvida em 1929 com a assinatura do Tratado de Latrão , no governo fascista.Por isso a capital do Reino da Itália de 1861 até 1866 foi Turim, depois Florença (1866 até 1870) e, só então Roma.
Ainda na década de 60 do século XIX, antes de concluída a unificação, a supressão das alfândegas regionais, a oferta de produtos industriais a preços reduzidos e o desenvolvimento das comunicações haviam destruído a produção artesanal, atingindo os pequenos agricultores, que complementavam as suas rendas com o artesanato familiar ou o trabalho em indústrias artesanais existentes no campo. A unificação alfandegária impôs a toda a Itália o sistema alfandegário da Sardenha, que tinha as taxas mais baixas, e fez com que as economias regionais, que eram mais ou menos fechadas e até então conseguiam manter um certo equilíbrio, sofressem um violento baque. A disparidade econômica do Norte , que se industrializou mais cedo , e do sul, predominantemente agrícola, agravou o quadro econômico do país.
O governo italiano passou a tomar medidas impopulares, pois estava preocupado em obter recursos para a realização de obras públicas – devido a isto , criou o imposto sobre a farinha , que atingia duramente a classe mais pobre.
Contudo a unificação política e aduaneira impulsionou a industrialização , intensificada no período de 1880 -1890 .O Estado reservou a produção de ferro aço para a industria nacional ,favorecendo a criação da siderurgia moderna que se concentrava ao norte e era protegida pelo Estado.Mas sua produção não era suficiente, o que passou a exigir importações. A industria mecânica cresceu mais depressa,especialmente as de construção naval e ferroviária, máquinas têxteis e principalmente motores e turbinas. A partir de 1905, a indústria automobilística de Turim conseguiu excelentes resultados.
O problema mais grave estava na total concentração do processo de crescimento no norte ,enquanto o sul permanecia agrário. Essa situação econômica fez com que houvesse uma crise na Itália durante o período final do século XIX .O norte foi a primeira área a ser atingida ,pois ali começou a se desenvolver a industrialização ,deixando os agricultores que complementavam suas rendas com o trabalho artesanal sem emprego e sem ter mercado para seus produtos. Por isto, o norte da Itália fornecia as primeiras grandes levas de emigrantes, e o sul só viveria o processo de emigração mais tarde , principalmente a partir do inicio do século
Também a aplicação de formas administrativas do Reino de Savóia provocou com o tempo o agravamento das diferenças já existentes entre as regiões da Itália , criando as condições para um grande movimento migratório de classes rurais para os países das duas Américas entre o fim do século XIX e o início do século XX, quando muitos milhões de italianos emigraram. A emigração era a única saída em face ao desemprego e a miséria : além disso, as colônias agrícolas existentes no Brasil eram o grande atrativo para os italianos famintos , sem emprego , sem lar... , a igreja porém , incentivava seus fiéis a conhecerem a nova terra, o paraíso.


O BRASIL COMO DESTINO


Para compreender a imigração italiana no Brasil ,é necessário analisar os aspectos do país durante o século XIX. Na primeira metade deste século, a Grã-Bretanha , superpotência da época, pressionou fortemente o Brasil para acabar com o tráfico negreiro que supria as necessidades de mão-de-obra com a importação de escravos da África. A Lei Eusébio de Queirós proibiu i tráfico negreiro em 1850 e, a partir deste momento, começou a falta de mão-de-obra nas zonas em que se expandia a cultura cafeeira .Isto foi limitadamente resolvido com a importação de escravos da Região Nordeste.
Nesta época surgiu no Oeste Paulista um grupo de fazendeiros que, premidos pela falta de mão-de-obra escrava, defendeu o uso da mão-de-obra livre nas plantações de café, opondo-se politicamente aos fazendeiros do Vale do Paraíba, donos de grandes plantéis de escravos. A nação brasileira passou então por um período fermentação das idéias abolicionistas. Novas leis , como a Lei do Ventre Livre (1d871) e a Lei dos Sexagenários (1885) anunciavam o fim próximo da escravidão. Ao mesmo tempo, a população escrava envelhecia durante a segunda metade do século XIX sem que a reprodução natural da população fosse suficiente para suprir a necessidade de mão-de-obra nas lavouras ou para colonizar as terras ainda inexploradas no sul do Brasil. É comum afirmar-se erroneamente que a libertação dos escravos em 1888 desencadeou a falta de mão-de-obra nas lavouras quando os escravos libertos saíram das fazendas para as grandes cidades. Isso aconteceu em pequena escala, e somente no Vale do Paraíba onde a lavoura cafeeira estava em franca decadência de produção.Enquanto isso na então província de São Paulo,as plantações de café prosperava e necessitavam cada vez mais de mão-de –obra em quantidade muito superior à existente.
No final do século XIX e inicio do século XX, as idéias de darwinismo social e eugenia racial tiveram grande prestigio no pensamento científico mundial .Na medida que estas idéias eram aceitas e divulgadas pela comunidade cientifica nacional , o imaginário social e político brasileiro passou a considerar que os brasileiros eram incapazes de desenvolver o país por serem, em sua grande maioria ,negros e mestiços . A política de imigração passou então a ser planejada não apenas com o propósito de suprir a mão-de-obra necessária ou de colonizar territórios pouco ocupados , mas também para “branquear” a população brasileira. Neste projeto social , negros e mestiços iriam paulatinamente desaparecer da população brasileira por meio da miscigenação com as populações de imigrantes europeus.
Neste contexto o imigrante italiano era considerado um dos melhores ,pois além de ser branco, também era católico. Deste modo sua assimilação seria fácil na sociedade brasileira e ele colaboraria para o”branqueamento” da população em geral.
Deve-se ressaltar não foi apenas o Brasil que implantou políticas de imigração que privilegiavam os grupos de imigrantes conforme as características raciais ou religiosas desejadas. Vários países do mundo preferiam até mesmo o emigrante do norte da Europa em vez dos que vinham do sul.
Foi enviada uma circular do conselheiro Teodoro Machado Freire Pereira da Silva, Ministro da Agricultura , aos representantes brasileiros na Europa em 1871,e declarava que os que se dirigissem ao Espírito Santo poderiam escolher as colônias de Santa Leopoldina ou Rio Novo,com desembarque no porto de Vitória
Em 15 de novembro de1874 foi construída a Hospedaria da Imigração, da Pedra d’água. O presidente provincial, Domingos Monteiro Peixoto, contrata os hospedeiros e acompanhantes dos imigrantes respectivamente: José Ribeiro Coelho , para Vitória, Manoel da Silva Simões, para Guarapari, Borges de Ataídes, para Itapemirim e assim por diante.
Enquanto isso na Itália a imprensa local divulgava o protocolo regulamentando a emigração para o Brasil, a propaganda da feracidade de suas terras se alastrou com a intensidade de relâmpago em tempestade de verão. “PARTIRE SUBITO PER L’AMERICA, PER BRASILE A FAR FORTUNA !” foi o slogan embriagante que sacudiu os camponeses , notadamente da Lombardia e do Vêneto, as províncias mais populosas e afetadas pela falta de trabalho e de terra.Foram distribuídos panfletos estimulando a imigração para o Brasil.

A política imigratória do Brasil , porém se processava a “la diable”. Não se fez um planejamento , de modo a oferecer ao colono condições imediatas de vida. O objetivo era povoar determinadas províncias, antecipar-se à libertação dos escravos e prover a lavoura. Os núcleos coloniais, destinados aos imigrantes, não estavam aparelhados ainda para serem habitados quando o Departamento de Povoamento do Solo e Colonização começou a receber as primeiras famílias .
Porém desde tempos imemoráveis, os italianos praticaram a emigração voluntária, aventureira. Emigra o intelectual , o artista , o artesão, o marinheiro, o homem de negócio.A primeira representação consular data de 12 de julho de l867. Coube a Otton Leonardo o exequatur de cônsul da Itália no Espírito Santo. A essa data , pelo que se sabe, havia 22 famílias de sardos,localizados no morro do Chapéu , em Santa Isabel. O pintor francês Auguste François Biard conheceu no Rio de Janeiro um italiano, em 1858, residente no Espírito Santo, que tirava jacarandá em Santa Cruz, onde havia índios semi-civilizados. O bizarro e extravagante artista viajou com o madereiro italiano com o intuito de pintar índios “ in natura”. Encontrou-os nas margens do rio Piraquê –açu .Mas se desentendera com o italiano hospedeiro. O madeireiro, por uma série de atrapalhações em seus negócios, faltou com compromissos de horário e hospedagem e o artista irritou-se. Esse madeireiro , provavelmente teria sido Pietro Tabacchi, que abriu fazenda em Santa Cruz denominando-a Novo Trento e teve depois papel de pioneiro na introdução de imigrantes no Espírito Santo.
Enfim a primeira leva de imigrantes italianos decidem vir para o Brasil .




A EXPEDIÇÃO TABACCHI ; QUEM FOI PIETRO TABACCHI



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Um dos episódios mais controvertido da história da IMIGRAÇÃO ITALIANA ,no Espírito Santo, tem como personagem principal um comerciante e aventureiro , originário de Trento , PIETRO TABACCHI . Basilio Daemon que lhe foi contemporâneo , reportando-se a individualidade de Tabacchi diz , que fora estudante de medicina na universidade de sua terra e que, envolvido em revolução política libertária, teve que se evadir.Fato não estranhável , pois as conspirações em Trento e na maioria das cidades italianas, sob o jugo autríaco, foram constantes até a libertação ocorrida em 1914. Sabe-se também que deixou a Itália fugindo dos credores, após a falência de seus negócios.
Estabelecido com a fazenda “ Monte delle Palme” provavelmente desde 1851, em Santa Cruz, Tabacchi usou como pretexto para atrair imigrantes, a idéia de que a produção de café no Espírito Santo teria um futuro certo.Os imigrantes iriam substituir a mão de obra escrava. Assim pioneiramente pôs em prática o que só seria feito, alguns anos depois, com o êxito que ele não conseguiu ter , por centenas de latifundiários de São Paulo: trazer lavradores europeus para suas terras ao pressentir os estertores do regime escravocrata.
De acordo com a descrição de um pintor francês que esteve no Estado em 1858, Tabacchi “era magro, alto com bigodes enrolados, um charuto na boca e na mão um longo bastão”. Era conhecido pelo empenho com que se dedicava a derrubada de jacarandá, madeira altamente lucrativa,e com certeza o principal objetivo de seu empreendimento comercial. Tanto que, na primeira proposta feita para o governo imperial para implantar uma colônia agrícola com condições de abrigar 50 familias de imigrantes ,ofereceu-se para construir casas de taipa , cobertas de palha, . solicitava em troca dos serviços que ia prestar , o direito de derrubar 3500 árvores de jacarandá nas matas públicas.A proposta era singular uma vez que partia de um particular. Até então os empreendimentos da colonização eram patrocinados diretamente pelo Império, sem intermediação da iniciativa privada. Mas o Imperador indeferiu o requerimento. E o Marques de Olinda, recomendou ao Presidente da Província que empregasse todos os meios de impedir a devastação das florestas.O pedido porém de Tabacchi não foi aceito.
Em 1871, porém, o Ministro da Agricultura , Industria , Comercio e Obras Publicas dirigia-se em oficio, ao Presidente da Província, com a remessas das bases do Contrato que o Governo Imperial estava resolvido a celebrar, com o mesmo Pietro Tabacchi, para a introdução de Imigrantes Italianos ,do Norte da Europa, conforme proposta apresentada .Em caso de serem aceitas as cláusulas do Contrato pelo Sr Tabacchi, ficaria o Governo da Província autorizado a lavrar o respectivo Termo.Seria de trinta famílias o numero inicial de imigrantes,O referido Contrato teria valor, apenas, durante aquele exercício.Foi porém autorizada a renovação, pelo Decreto nrº5295 de 31 de maio de l873, que elevou o número para setenta famílias, destinadas a Fazenda Nova Trento, do mesmo Pietro Tabacchi, em Santa Cruz..
Finalmente conseguiu seu objetivo. Conforme contrato assinado com o governo , Tabacchi recebeu para cada imigrante a importância de 200 mil reis ,em duas prestações iguais: a 1ª logo após a posse da terra pelo imigrante, a 2ª um ano depois. Era um contrato muito vantajoso para Tabacchi, porque ele ganhava de um lado e do outro. Além de receber do governo pela importação de mão de obra,impunha aos imigrantes um contrato com clausulas severa, que os transformava praticamente em semi-escravos.
Em 1873 , em uma de suas viagens à Europa, percorreu a Alta Itália e parte da Áustria, demorando-se no Trentino, de onde era filho. Fez ele intensa propaganda dos objetivos de sua viagem, chegando a publicar folhetos sobre a região a ser colonizada, os quais foram amplamente divulgados na Itália e na Áustria.




















Num dos cartazes afixados no Porto de Gênova , o desenho sugere que a comida caía do céu. Prometia abundancia de terras no Brasil, assim como ; transporte gratuito, hospedagem , assistência médica, instrumentos de trabalho, sementes , instrução para as crianças e crédito para comprar as terras durante os primeiros tempos.
Para recrutar as famílias da Itália , Tabacchi enviou um amigo, Pietro Casagrande, que juntamente com sua esposa monitorou toda a expedição , que chamou-se “EXPEDIÇÃO TABACCHI “ projeto de colonização que foi realizado envolvendo 388 lavradores um capelão que chamava-se Dom Domenico Martinelli e um médico chamado Pio Limana..
Os primeiros embarques italianos foram acontecimento de grande repercussão no norte da península.
Desde a partida das aldeias até o porto, os viajantes foram festejados carinhosamente.
O governo exigia que o emigrante fosse: agricultor , sadio, laborioso, moralizado, maior de 2 anos e menor de 45 anos, salvo se fosse chefe de família e com a tolerância de 20 emigrantes pertencerem a outras profissões.
Começou assim a seleção de gente laboriosa e própria para agricultura.




Castelnuovo é uma antiga comuna já povoada desde o tempo do Império Romano, pequena porém , bela cidade que faz parte da região Borgo Valsuga.
A vila juntamente com seu castelo foi destruída pelos vicentinos em 1385. Reconstruída a comuna , foi novamente destruída na Batalha de Ortigara , durante a 1ª Guerra Mundial, trazendo muito sofrimento aos castelnuovatis que continuam n região. No entanto a população ficou muito reduzida com a emigração em massa que ocorreu para as Américas.
Os Valandros são originários da cidade (paesello) de Castelnuovo –TRENTO ,(TN-Itália) cidade que fica próxima das localidades de onde vieram muitos de nossos trentinos: Samone , Stugno ,Scurelli ,Torcegno ,Vill’agnedo , Telve ,Rocegno e outras muitas, pois as cidades distam entre si poucos quilômetros. Fica a uns 35 km de Trento e 125km de Veneza.













A VERDADEIRA HISTÓRIA DE FRANCESCO VALANDFRO

























Francesco Valandro e Giovanna Trentinaglia





















BRASÃO DA FAMILIA VALANDRO


De acordo com o Registro i Anagrafe della Famiglia Valandro della Parrochia di san
Leonardo Castelnuovo de Trento , na página 583 consta que:
















































De acordo com o documento expedido pela cúria de San Leonardo , Castelnuovo(TN-Italia ) FRANCESCO VALANDRO , nasceu no dia 02/02/1833 , filho de Gieseppe Valandro e Giuliana Grettel, oriundo de Rocegno. Era casado com Giovana Trentinaglia filha de Antonio Trentinaglia eMariana Trenttin,natural de cidade de Telve , e os filhos :Ernesto nascido em 23/03/1859,Maria nascida em 19/09/1861 , Giuseppe nascido em 14/05/1864,Francesco nascido em 11/07/1867 ,Primo Leopoldo Vitório nascido em 17/08/1869 (gemelli), Secondo Francesco Giuseppe nascido em 17/08/1869(gemelli)edeDomenicoAlbinoAngelonascidoem08/10/1872. De acordo com o documento expedido pelo “Archivio di Stato- Trento’ , emigrou para o Brasil em companhia de Giacomo Lira , e sua mulher Fortunata Agostini (padrinhos de Primo) e os filhos :Fortunato ,Samuele,Luigui ,Felice ,Giovanna,Margherita e Leonardo.
As duas famílias partiram de trem dia 27/l2/1873 sob a direção de Pietro Tabacchi de Trento até o porto de Gênova e em 03/01/1874 , as 13 horas da tarde que a EXPEDIÇÃO TABACCHI como foi conhecido este projeto de colonização , envolvendo 388 lavradores ,(dentre eles Francesco Valandro e Giocomo Lira com sua respectiva família), um capelão e um médico saindo da Província de Trento , incluindo alguns da Região de Veneto , viajaram de trem até o porto de Gênova ,daí embarcaram a bordo da brigue-barca de bandeira francesa chamada “LA SOFIA”,

























Brigue-barca “ LA SOFIA”


Não havia coincidência de horário entre a chegada dos trens e a saída dos vapores. A longa espera no cais do porto, a vigilância das bagagens, a alimentação das crianças, enfim o cansaço ao relento era o começo angustiante da longa viagem para o desconhecido destino.




IMAGEM DOS IMIGRANTES NO PORTO DE GENOVA -1874







































































































AMÉRICA ... AMERICA


Da l’Italia noi siamo partiti
Siam partiti col nostro onore.
Trenta sei giorni di macchina e vapore
E in America siamo arrivà.
Merica, Merica, Merica,
Cossa sarala sta Merica?
Merica, Merica, Merica,
un bel mazzolino di fior.
A l’America noi siamo arrivati
Non abbiam trovato nè paglia e nè fieno
Abbiam dormito sul nudo terreno
Come le bestie abbiam riposà.
Ma l’America l’è lunga e l’è larga
È circondata da monti e da piani
E con l’industria dei nostri italiani
Abbiam formato paesi e città.




Da antiga estação ferroviária de Gênova até o Porto de Gênova a distancia era de três quilômetros. Cada um carregando sua tralha, “la leggiera”, auxiliado às vezes por parentes ou amigos. Pobres sim, mas não indigentes. As famílias, na sua maioria, trouxeram seus trates de cozinha, tais como: tacho de cobre, panelas, louça de Macau, roupa de cama, máquina de costura. As mulheres, pelo menos um vestido domingueiro, de boa fazenda, lenços de cabeça, brincos, medalhões ricos, de ouro e esmalte, colares de coral, anéis e camafeus, peças, hoje, de colecionadores. Os homens também: muda completa de boa lã, paletó, colete, relógio de algibeira e alguns de parede. Dinheiro quase nenhum, mas sempre umas poucas moedas de ouro. Na maioria analfabetos, porém civilizados pela culturação secular. Não vieram só camponeses, alguns artesãos, tais como carpinteiros, marceneiros, sapateiros, ferreiros, caldeireiros. Guarda-livros, relojoeiros e até professores primários. O cais repleto, carregadores praguejantes, policiais, curiosos, marinheiros.
O embarque é demorado. As passagens são coletivas, em blocos de famílias, de províncias. Conferência dos passaportes, também coletivos. Cuidado com as bagagens de porão. Uma trapalhada inervante. Depois as despedidas. A cena é lancinante: lágrimas, lamúrias, desmaios, invocações devotas, promessas. Os mais fortes e menos emotivos amparam os velhos aflitos. Consolar as velhas mães ou os avós e drama pungente. Enfim o barco emite um ronco soturno. Bulcões de fumo encobrem o céu. È sinal de embarque. Os viajantes se precipitam para a ponte de acesso. Da murada do navio os lenços sacodem nervosos as despedidas finais. Addio! Addio1Addio!
Os corações se fecham numa saudade funda. Os marinheiros giram os cabrestantes. As âncoras emergem lentamente, o navio se afasta , a hélice revolve as águas em franjas de espuma branca.
È a partida para a longa viagem do novo destino. Perdida as silhuetas dos que ficaram, voltam-se para a paisagem das encostas abruptas que circundam a cidade. As lágrimas umedecem novamente os olhos e o coração se acelera quando frontejam o farol, a linterna, a última imagem da pátria que se distancia.
Cada um procura sua “couchette” ao longo dos corredores dos porões. São compartimentos, dormitórios coletivos com quatro, seis, oito até dez leitos, apertados sem conforto. Nos dois primeiros dias a viagem transcorreu sem problemas , nos dois seguintes enfrentaram uma tempestade que assustou muito os camponeses.As ondas se encrespam e o navio perde o equilíbrio. Sacode nos dois sentidos. Poucos conseguem ficar em pé. A maioria, principalmente crianças e mulheres enjoam. A travessia do golfo de Leão é sempre penosa, mesmo hoje para os grandes transatlânticos.



RELAÇÂO DAS FAMILIAS DA EXPEDIÇÃO TABACCHI:

NOME DA FAMILIA ORIGEM
Angeli Giobatta Novaledo
Armallao Andréa Borgo V.na
Armellini Marcellino Roncegno
Bassetti Giovanni Lasino
Baber Valentino Tenna
Bertotti Giuseppe Cavadini
Betti Giovanni Tenna
Bolin Valentino Prov. Veneto
Bolognani Fioravante
Bolognani Giovanni
Boneccher Antonio Borgo Valsugana
Boneccher Próspero Borgo V. na
Bortolletti Simone Vezzano
Capelletti Giobatta Roncegno
Comper Leonardo Besenello
Corn. Domenico Valentino Roncegno
Corn. Guerino Novaledo
Corn. Pietro Paolo Roncegno
Corradi Benedetto Stenico
Damasco Paolo Villa del Banale
Delana Giovanni
Demoner Giuseppe prop. Veneto
Fedele Andrea Telve
Felicetti Domenico Roncegno
Franceschini Leonardo Vigolo?
Furlan Antonio Novaledo
Fusinato Osvaldo Roncegno
Gaiotto Antonio Borgo V. na
Giacomozzi Domenico Segonzano
Giuliani Luigi Roncegno
Guazzo Marco Borgo V. na
Ladini Sebastiano
Lazzari Annibale
Lira Giacomo Castelnuovo
Margoni Costante
Martignoni Giuseppe Novaledo
Martinelli Don Domenico Centa
Merlo Enrico Covelo
Merlo Francesco Covelo
Merlo Giuseppe Covelo
Merlo Paolo Covelo
Merlo Tommaso Covelo
Moratelli Tiziano Novaledo
Motter Clemente Borgo V. na
Palaoro Daniele Novaledo
Paoli Giuseppe Novaledo
Passamani Domenico Tenna
Perli Giobatta Roncegno
Perotti Valentino
Piovesan Pietro província Treviso
Romagna Ermenegildo Roncegno
Rosanelli Giacomo Tenna
Serafini Antonio Tenna
Slomp Bertolo Levico
Slomp Giovanni Levico
Stroppa Prospero Borgo V.na
Tesainer Giuseppe Roncegno
Toler Pietro Giovanni Roncegno
Tonini Annibale Novaledo
Tonini Giobatta Novaledo
Tonini Lázaro Novaledo
Valandro Francesco Castelnuovo
Venzo Giovanni Borgo V.na
Verones Domenico Covelo
Verones Vincenzo Covelo
Zambelli Giuseppe
Zamprogno Luigi Montebelluna (TV)
Zamprogno Sebastiano Montebelluna (TV)
Zen Andrea Novaledo
Zottele Fortunato Roncegno
Zonttele Pietro Roncegno
Zurlo Abramo Novaledo








Estabelece-se grande balbúrdia. São poucos os sanitários. Os espaços livres e os corredores mal iluminados cheiram a azedo. O tombadilho é agradável e distraído para quem não precisa apoiar a cabeça.
Da amurada se alivia fácil o estomago. Ar fresco, choque de ondas, barcas distantes , tripulação trançando em serviço, conversas , cantorias , afastam os pensamentos amargos da despedida.
Nos primeiros dias as refeições são toleráveis. Recipientes enormes, de cobre ou estanho, trazidos em vagonetas,em que a gordura sobrenada as iguarias.Cada comensal recebia um prato fundo de folha de flandres , colher e garfo, entravam em fila e era servido pelo despenseiro cujos aventais não incitavam o apetite.Repetir só no final, depois de todos servidos , se houvesse sobra. Ao invés de
pão uma bolacha quadrada, galeta, dura como pedra. Nem mesas nem cadeiras. Bancos corridos. Um caneco de vinho e um naco de queijo rematavam a ágape. À medida que os dias se passavam a ração piorava.
Passaram por momentos dramáticos em função da superlotação, da falta d’agua, da comida horrível , de pessoas morrendo e sendo jogados no mar, enfim cenas que levaram para o resto de suas vidas.
No arquipélago do Cabo Verde, na Ilha de São Vicente, única parada para reabastecimento de carvão, água e víveres, os viajantes viram negros pela primeira vez. Trabalhavam em misteres portuários. Admiraram os negrinhos de dez e doze anos, nus, a mergulharem, trazendo, entre os dentes, moedas que se atirava no mar.
Um descanso de seis horas. A maioria saltava para sentir a terra firme.
Já nas águas do Atlântico em 16 de janeiro, o navio foi sacudido por uma terrível tempestade que por pouco não nos afundou, e que durou dois dias inteiros.(Esses relatos foram feitos pelo médico que acompanhava a expedição).
Depois a última etapa, mais longa e mais penosa. A passagem do Equador, um pouco de festa , musica improvisada e vinho.Os passageiros, já descontraídos e habituados ao balanço do barco , se divertem.
As sanfonas, as cançonetas, o baralho, e as ladainhas , também. Rezavam muito a bordo. Missa aos domingos, ao ar livre.As noite, quando limpas da ameaça de tormentas , prendiam todos pelo deslumbramento do céu com novas estrelas. A noitada se prolongava até as tantas porque os porões perdiam progressivamente a habitabilidade. As mulheres tricotavam e teciam meias, os homens no baralho jogavam truco, escarpa, três-sete. E assim as semanas de navegação se escoaram. O “La Sofia” com 388 imigrantes que partiu de Gênova no dia 03/01/1874, finalmente após 45 dias, em 17/02/1874, chega à baía de Vitória. A baía foi saudada com alegria e admiração. O desembarque, portanto só ocorreu no dia 21/02/1874.


























Na hora da liberação, mais uma trapalhada infernal. Bagagens trocadas, familiares dispersos. Um horror!
Porém foi acalentadora a impressão que os sofridos viajantes tiveram na “Hospedaria da Imigração”.Vista agradável da colina verdejante que descortina a baía. Era um conjunto de cinco edifícios de dois pavimentos bem arejados, limpos e confortáveis. Dispunha de duas enfermarias, cozinha, dispensa, enorme salão refeitório comportando mais de quinhentos comensais.Dormitório no segundo pavimento , frescos e convidativos. Um pequeno pavilhão para a administração.

Acabara de ser construído pelo Ministério da Agricultura. Belo prenúncio para os imigrados. Visitado pelos representantes consulares sempre muito elogiados. Ficaria na memória do imigrante como a última ceia dos condenados.

















Rio Piraqueaçú - ES
Francesco Valandro, sua mulher e os sete filhos, sendo que o mais velho tinha 14 anos, deixaram a Hospedaria da Imigração , na Pedra d’Água e no vapor “Presidente”, enquanto os implementos e as bagagens seguiam no “patacho” Nossa Senhora da Penha , subiram pelo rio Pirequeaçu até o Porto de Santana, em Córrego Fundo , por dois infindáveis dias, com fome , sol e imobilidade enervante . Foi aí que conheceram os maruíz vorazes, em nuvens medonhas, e dali a pé até a Fazenda do Morro das Palmas em Santa Cruz ,enfrentando mata virgem , índios ferozes , animais peçonhntos como cobras e insetos. A trilha porém estava aberta desde 1854.
A caminhada foi um sacrifício indescritível. Uma semana depois pareciam refugiados de guerra. Mãos calosas, sapatos em frangalhos, roupas rasgadas,ferimentos, fisionomias deformadas por picadas de mosquitos e outros insetos daninhos.
Em vez de casas os imigrantes tiveram que se alojar em um grande galpão construído por Tabacchi com as mínimas condições de conforto e higiene. Teriam que viver na promiscuidade. Além disso para alcançar a área cultivável ,teriam que enfrentar uma viagem de 6 horas por estradas em condições precárias.
Trecho da carta escrita pelo médico Pio Lumiana , publicada em “Il Trento” de 28/04/1874 sobre a chegada da Expedição Tabacchi .
“Il primo marzo , arrivamono a Santa Cruz , picolo paesetto in riva al mare, e qui trovammo i cavalli e travessando imense floreste, e scavalcando monte dove non havvi tracci de sentiere, dopo otto ore di viaggio giungemmo allá abitazione del Signor Tabacchi che trovasi sopro una collinetta, allá cui base scorre um fiume “
Essa foi a grande provação porque passaram os imigrantes da Expedição Tabacchi.



















Certamente Tabacchi, confiava no fato de que as queixas não seriam muitas no momento em que recém chegados tivessem conhecimento de outras ofertas de terras em condições mais vantajosas, pois eles se sentiriam acorrentados a um contrato firmado. De fato nas outras colônias existente no Estado, como a do Rio Novo do Sul , os lavradores tomavam posse da terra sem ser obrigado a trabalhar para outros, recebiam mais terra ( entre 15 e 60 hectares)e pagavam menos por elas num prazo muito maior do que o estabelecido por Tabacchi,.
Menos de 1 mês, após o desembarque dos imigrantes, Tabacchi já se dirigia ao juiz de Santa Cruz, dizendo ameaçado por colonos que pleiteavam as rescisão do contrato.Nesses núcleos aconteciam muitas rebeliões e revoltas contra os métodos empregados pelos senhores feudais , pelos patrões, pelos fazendeiros fizeram com que os imigrantes em geral conseguissem se organizar e com mais liberdade foram em busca de outros núcleos e lugares desejados noutros estados ,exigindo lotes nos núcleos de colonização do governo.Na verdade conforme se constatou depois o descontentamento se devia ao fato de Tabacchi não cumprir uma das clausulas do contrato.Em vez de casas prometidas aos imigrantes, ele construiu um enorme galpão e obrigou-os a viver promiscuamente. Além disso para alcançar a área cultivável os imigrantes tiveram que enfrentar uma viagem de 6 horas por estradas em condições precárias .Comeram o pão que o diabo amassou , por isso queriam ir embora para outras terras.
Daí em diante o conflito se instalou de maneira irreversível . Tabacchi chegou a publicar anuncio em um jornal de Vitória, em maio de l874, ameaçando levar para a justiça quem contratasse os colonos que ele havia trazido da Itália.O governo da Província enviou para o local 15 soldados para garantirem a ordem ,o que não impediu que gradativamente os imigrantes com o apoio do governo, tomassem outro destino.Uns foram para Rio Novo, outros para Santa Leopoldina, alguns fundaram Santa Tereza exigindo lotes nos núcleos de colonização do governo e, finalmente um pequeno grupo se deslocou para o sul do país Apenas 20 familias decidiram ficar com Tabacchi.
Inconformados com as condições locais , se amotinaram , protestaram, exigiram seus direitos. Intimidou-se o vice-presidente da província, coronel Manoel Ferreira Paiva que recorreu temeroso ao governo central.Secundaram-se os desejos dos descontentes, os representantes diplomáticos da Áustria e da Itália .Fez o ministro Tomás Coelho , interado do acontecimento ,seguir o engenheiro José Cupertino Coelho Cintra , inspetor geral das Terras e Colonização, com dois transportes de guerra, o Madeira e o Purus, com cem praças do Batalhão Naval , postos a sua disposição.
Não havia violências. Constatou-se o descontentamento e os pseudos-amotinados foram embarcados e remetidos para o Rio Grande do Sul, localizados em Campo dos Bugres, hoje rica e poderosa Caxias, orgulho da colonização italiana.
Vislumbrando a falência de seu empreendimento com prejuizos de grande monta (pois havia contraído dividas para levar adiante o projeto de colonização) , e roído de desgosto ,Tabacchi teve agravado seu estado de saúde e morreu do coração em 21/06/ l874.
O engenheiro Coelho Cintra (idealizador do 1º túnel de Copacabana) prestou relevantes serviços ao estabelecimento da colonização do Espírito Santo. Conduziu os grevistas. Pode-se calcular o prejuízo que representou o desfalque de 1600 colonos ( ao todo) na economia incipiente do Espirito Santo. E QUE COLONOS ! Foram os únicos que souberam defender seus direitos.
A colonização de Campo do Bugres prosperou logo, sob a direção de engenheiro Cintra que, sendo amigo pessoal do grande soldado pacificador, deu a colônia o nome de Caxias, quando o duque foi chefe de gabinete.
Dez ou doze famílias dentre elas a de Francesco Valandro , resolutos aventureiros , trocaram o território de Santa Cruz , e decidiram se deslocar para o Rio Grande do Sul ,mais precisamente para Santa Maria da Soledade.
















COLONIZAÇÃO DOS ITALIANOS NO RGS

O Rio Grande do Sul , recebeu a primeira leva de imigrantes italianos em 1867., para substituírem os alemães , que a cada ano vinham em menor quantidade.Os imigrantes italianos foram atraídos para a região para trabalharem como pequenos agricultores e lhes foram reservadas terras selvagens, de difícil acesso ,na encosta da serra gaúcha. A imigração atendia à necessidade de povoar as terras, para produzir e contrabalancear o poder dos estancieiros-militares;e também o de “branqueamento” da população.
Para assentar os imigrantes de Itália, o governo do Brasil destinou 32 léguas de “terras devolutas”, agora já não mais as áreas planas e férteis dos vales do rio Caí e Sinos, para onde foram os alemães.As áreas que restavam para a colonização, inclusive por pressão dos grandes proprietários ficava na acidentada encosta da Serra, região ainda selvagem e de difícil acesso.
Recebiam 60 mil réis por adulto e 25 mil réis por criança. Para se ter uma idéia do valor , os imigrantes compravam seus lotes por preço que variou entre um e cinco réis o metro quadrado.Ou seja; com o que recebiam por adulto , dava para comprar 1 há da melhor gleba da colônia.
Os imigrantes foram transportados em vapores até Porto Alegre, numa viagem de mais ou menos 10 dias.
Ao chegarem na capital, eram alojados em prédios precários ou a hospedaria que ficava no edifício onde seria depois o quartel da Brigada Militar, no Cristal , a cujo trapiche atracavam diretamente os pequenos barcos de entaão,ou dormiam nas ruas e praças próximas. De Porto Alegre por via fluvial ,seguiam em pequenas embarcações para Montenegro de começo e a São Sebastião do Caí depois , seguindo dali para as colônias .

A viagem do porto à serra era feita, em dois ou três dias, a pé, no lombo de animais ou em carretas ,através de picadas abertas na mata virgem.Ao chegarem nas colônias os imigrantes eram alojados em barracões e, depois ,enviados aos lotes.
Os imigrantes , ao chegarem ao seu lote ,dedicavam-se a abertura de clareiras na mata e construíam abrigos provisórios de pau-a-pique, cobertos de galhos.Era um momento difícil. Quando ficavam nestas tendas de pau-a-pique, as roupas e os mantimentos eram guardados no oco das árvores para proteger da umidade. O pinhão, a caça e a coleta de frutos silvestres , ajudaram os imigrantes nos primeiros tempos.
A família toda trabalhava, praticava-se uma divisão etária, sexual e familiar das tarefas . Os homens responsabilizavam-se pelos trabalhos ligados à agricultura e ao trato dos animais de maior porte. As mulheres , das tarefas caseiras e do cuidado da pequena criação. Entretanto , elas intervinham ,ativamente, ao lado dos homens , nos trabalhos agrícolas. Para as crianças havia compromissos segundo suas forças , ou seja ,a partir dos oito anos de idade. Havia igualmente tarefas artesanais tanto femininas , como masculinas.
O preparo das lavouras iniciava geralmente pelo milho.De fácil cultivo e rápida colheita, ele fornecia o principal alimento- a polenta, e a palha que era forragem para os animais e enchimento para os colchões.O trigo , cujo plantio e colheita se intercalavam com o milho, vinha na seqüência para garantir o pão e a massa.
Algumas vezes a venda de madeira, e eventualmente , o trabalho assalariado , durante 15 dias do mês, na abertura de estradas e caminhos ,financiava os colonos até a primeira colheita.
As colheitas eram motivo para festas entre as famílias que se auxiliavam. “A cada saca do produto , fazia-se um sinal de facão numa taboa. Quando alguém chegava em 100 sacas de trigo , era alvo de muitos comentários.
Outras culturas de inverno como centeio, cevada vinham a seguir.
Em todo o lote eram plantadas árvores frutífera:laranjeiras , bergamoteiras, macieiras, marmeleiros, figueiras etc...
Os imigrantes construiam uma casa provisória para abrigar a família de imediato. Posteriormente era construída uma maior de pedra ,madeira ou alvenaria. As coberturas eram de tabuinha de pinheiro-scándole-, inicialmente e, a seguir, de telhas ou de zinco. Às vezes decoravam-nas com lambrequins. Para diminuir o isolamento as construções eram erguidas junto à linha, à beira do caminho.
Foi decisivo o papel da igrejas nas aglutinações dos imigrantes e na formação das cidades e vilas, em toda a região de ocupação do Estado. Muitos padres principalmente os italianos que acompanhavam dos imigrantes, ajudavam a superar a saudade, mas, por outro lado, dificultaram a adaptação à nova cultura, procurando manter a ilusão que ainda estavam na Itália, através do uso da língua natal e da pregação e manutenção da moral.
Muitos núcleos , no entanto desprovidos de sacerdotes , cultivavam o hábito de reunirem-se para celebrações, rezas e outros ofícios litúrgicos , sob a batuta de leigos cristãos.Devido a distancia entre os colonos, as reuniões eram raras e preparadas com antecedência .”As festas de igreja” do século passado ajudaram a promover muitos namoros e casamentos e são , ainda hoje, um hábito cultivado pelas comunidades do interior da região italiana gaúcha. Após o terço com freqüência, fazia-se leilão em beneficio da capela. Era leiloado um porquinho , uma ovelha, uma galinha. Durante as cerimônias religiosas fazia-se a coleta (limosina) numa bolsinha de couro.
Havia orações para todos os momentos: Para a manhã, para a noite ,para a hora das refeições. À noite mesmo cansados , rezavam o terço e uma longa ladainha de todos os santos, de joelho no chão, encostado nos bancos, ao lado da mesa...alguns vencidos pelo cansaço mal balbuciavam .
No início da colonização, os vigários eram os encarregados do Império para receber as declarações para o registro de suas terras. Cabia a eles instruir os fiéis da obrigação do registro dos lotes dentro do prazo estabelecido pelo governo e alertar os colonos sobre as penalidades que poderia acarretar o não-cumprimento dessa obrigação. As informações eram repassadas, multas vezes, durante as missas. Aos padres também cabia o registro, em livro, dos nascimentos, casamentos e óbitos, até a organização do registro civil. De acordo com Bernardin Piemont, executavam também o papel de intermediários entre os cônsules Italianos e os colonos, sendo utilizados, de certa forma, como "agentes oficiosos" da Itália.
O interior das pequenas capelas e capitéis guardam também grande parte da produção artesanal da arte sacra da região colonial italiana. A maior expressão se concentra nos altares e nas portas ou em pequenas imagens de santos esculpidas em madeira pelas mãos de artistas anônimos. As pinturas são pouco encontradas, reveladas principalmente em frisos decorativos com motivos florais ou geométricos.






Pietá esculpida em cedro por um colono.



Os cemitérios também revelam a religiosidade e a criatividade dos imigrantes. Até o início do século, os mortos eram sepultados em covas no chão, que recebiam mudas de flores e uma cruz de madeira ou ferro. Há também exemplares de basalto e mármore. Inicialmente, os cemitérios eram divididos em setores, com locais para o sepultamento de crianças batizadas e não-batizadas e adultos. Suicidas, não-católicos, pecadores públicos e aqueles que não contribuíam com as despesas da capela da comunidade não podiam ser sepultados em terra abençoada: eram enterrados fora do muro de pedra que determinava os limites do cemitério. Na medida em que iam progredindo economicamente, as famílias passaram a ostentar seu enriquecimento através da construção de jazigos familiares, cuja arquitetura reproduzia a forma de capelas. Os índios que habitavam a região foram expulsos de suas terras para dar espaço a chagada dos italianos. Ali os imigrantes construiriam vilarejos que remetem àqueles encontrados no Norte da Itália.Nas regiões altas do Sul , surgiu um Brasil altamente italianizado.
Na região foram criadas as três primeiras colônias italianas: Conde D’Eu , Isabel e Campo dos Bugres, atualmente as cidades de Bento Gonçalves , Garibaldi e Caxias do Sul , respectivamente.Com o tempo os colonos passaram a subir a serra e a coloniza-las.
As dificuldades no cultivo das terra fizeram com que o imigrante italiano perseguisse preferencialmente , as culturas perenes.
O acesso às colônias e para as comunidades , onde moravam os amigos e vizinhos, eram locais tão montanhosos e isolados que dificilmente chegavam outras pessoas.
A grande preocupação era estabelecer a moradia perto de rios,córregos ou fontes com evidente abundância de água.
A água foi o primeiro roteiro natural da fixação das residências.
O imigrante italiano cultivava o sonho da estabilidade econômica, que se esboçava a partir das terras recebidas.
Diante das dificuldades e promessas não cumpridas, muitos pensavam e desistir. Mas nada mais possuiam , tinham que ficar. Desta constatação surgiu o lema :” O QUE SE VINCE , O PUE SI MUORE” (Ou se vence ou se morre).
Muitos filhos de imigrantes italianos, revoltam-se até hoje , contra a maneira de distribuição de terras. Mas orgulham-se por terem lutado contra a natureza implacável e terem vencido.
Com o esgotamento de terras na região (pois estas eram muito acidentadas, esses colonos passaram a migrar para várias regiões do RGS.).
No centro do estado foi criada a Quarta Colônia de Imigração Italiana, o 1º reduto de italianos fora da Serra Gaúcha , e que originou os municípios de Silveira Martins, Ivorá ,Nova Palma , Faxinal do Soturno ,Dona Francisca e São João do Polêsine. Neste último está a localidade de Vale Vêneto , nome dado para fazer homenagem a tal região italiana.
Outras colônias italianas foram criadas ,e deram a origem as cidades de Flores da Cunha , Antonio Prado ,Veranópolis , Nova Prata ,Encantado , Nova Brescia , Coqueiro Baixo , Guaporé , Lagoa Vermelha , Soledade , Cruz Alta ,Jaguari ,Santiago , São Sepé , Caçapava do Sul e Cachoeira do Sul.
Tudo foi muito difícil pois os imigrantes alemães que chegaram em 1824, ganharam lotes de até 77 hectares. Quando os italianos chegaram , 51 anos depois ,somente receberam 30 hectares de terra, e tiveram. Ainda, que pagar por elas, coisa que não aconteceu com outras imigrações.
Em 1874 , a quota de imigrantes fornecida era de 580(os restantes entrados vieram por conta do Governo Geral para Santa Maria da Soledade, descendo ainda como vimos no ano seguinte para 315.
Em todas as levas até ai, predominavam os alemães , austríacos e franceses.
Não se falava de italianos.
O milagre está ali , naquele numero de italianos que, quase diríamos , entrou de contrabando...O mais provável é que tenham , figurado como austríacos na relação de imigrantes.
Em l874 só 19 lotes de Conde D’Eu estavam sendo cultivados com apenas 74 pessoas morando no lugar , e apesar de não se ter muitos registros , nem mesmo de aquisição de lote , mas sabe-se que lá estava FRANCESCO VALANDRO sua esposa GIOVANNA TRENTINAGLIA e seus sete filhos menores.
Eles fixaram-se em Santa Maria da Soledade , esta colônia abrangia um área de 17.424 hectares e foi dividida em quatro distritos :Montravel e Coelho ao Norte e Barcelos e Silvério ao Sul. Os dois primeiros pertencem hoje ao município de Carlos Barbosa. Coelho é o que nos interessa pois aí instalou-se FRANCESCO VALANDRO , também denominado em documentos como Linha Forromeco Superior abrange parte de Santa Luíza e São Luis , Santo Antonio do Forromeco ,Paraguaçu ,Nossa Senhora da Glória(Zona Dalcin ) e São José (do Vale do Ouro) .
Santo Antonio do Forromeco e Paraguaçu foram as primeiras terras a serem colonizadas, porque a via de acesso era o rio Caí , do qual pouco distavam. O distrito de Coelho foi dividido em “40 possessores”(proprietários) de lotes , e foi colonizado antes de Montravel, este dividido em apenas três lotes os de número 1 ,2, e 3.
O Conde Montravel , a julgar pela vasta quantidade de correspondências endereçadas ao Presidente da Província , provou o empenho , correção e lealdade na tarefa de povoar a Colônia de Santa Maria da Soledade ..
Pelo que transparece a carta de Montravel , não era nada fácil estabelecer imigrantes na Província, para quem desejasse realizar um trabalho sério e consistente.
Mas o Conde não esmorece .Escreve , viaja , trabalha , sugere medidas pertinentes .Sugere , inclusive , a construção de uma estrada de ferro que passe pela Colônia Santa Maria da Soledade
Apesar do empenho , o empreendimento não teve pleno êxito. Em decorrência dessa situação , o Governo Imperial, a partir de l875, começa a introduzir na Colônia Santa Maria da Soldedade, no distrito de Coelho ,como no de Montravel, imigrantes italianos , de tal forma que estes se tornam dominantes, inclusive na comunidade de Santo Antonio do Forromeco.
A Colônia de Santa Maria da Soledade, emancipou-se aos 18 de janeiro de l877, passando a fazer parte do , então, 3º distrito de Montenegro ( Harmonia) .Em 1890 , é criado o 5º Distrito de Montenegro , com sede em São Vendelino.. Em 1892 _dada a emancipação , em 1890 , do 4º Distrito de Montenegro, com sede em Bento Gonçalves¬_ São Vendelino e Bom Princípio passam a ser , conjuntamente , sede do 4º Distrito de Montenegro, cuja jurisdição estender-se-á , naturalmente a todo o território da ex-Colônia Santa Maria da Soledade .
Paraguaçu é o coração da ex-Colônia Santa Maria da Soledade .Para o viajante que transita pela Estrada São Vendelino _RS 446 _ é a porta de entrada e saída do município de Carlos Barbosa.
Santo Antonio do Forromeco , ou Santo Antão do Forromeco , ocupa o centro do ex-Distrito de Coelho. A igreja de Santo Antonio Abade (monge do deserto) é uma homenagem ao monge que viveu no Egito e morreu no longínquo ano de 356, com 105 anos de idade.








SANTO ANTÔNIO DO FORROMECO


Santo Antonio do Forromeco fica às margens do arroio do mesmo nome ,os imigrantes que aí se instalaram iniciaram a limpeza do mato , a construção da casa e a abertura de caminhos. Enquanto isso acontecia e voltavam a ficar em barracões de madeira , chamados de “Casas de Agasalho”, até serem fixados em seus lotes, ou seja, em suas propriedades. Saíam de manhã cedo para trabalhar , e à noite retornavam para o barracão. Essa situação durava o tempo suficiente para limparem o terreno e erguerem uma improvisada moradia no referido lote.
Muitas casas eram construídas com varas ou pranchas de pinheiro, cobertas com folhas ou tábuas lascadas, denominadas scandole . As moradias definitivas eram de madeira _ tábua de pinho com colunas de anjico ou pedra , e eram amplas.
Para a fabricação de tábuas cortava-se “pinheiros de copa” (araucária). Com serra manual, transformavam as toras em tábuas: um serrador ficava encima da tora, posta sobre cavaletes, e o outro embaixo.
Trabalhavam dias a fio.
























Típica casa italiana

A cumieira era alta, para dar lugar a um sótão onde se podia guardar , sem riscos de umidade o amendoim , feijão, lentilha ,ou servir de dormitório de hóspedes em ocasião especial.
Os lambrequins , detalhe decorativo , de madeira recortada na borda dos telhados, tornou-se marca registrada. O lugar preferido para a construção das casas eram as encostas suaves, para facilitar a localização do porão , indispensável para o deposito de cereais , local para carnear animais, cantina para vinho e graspa.
As janelas não tinham vidros.
A cozinha era o centro da reunião da família. A casa eram assim repartida: um lugar para dormir e a cozinha era separada, por medo de incendios. Com o fogo sempre aceso em meio a material combustível , a cozinha era sujeita a incendiar.
Para cozinhar usavam o “foccolário” ou “ fogolaro “ , que constava de uma caixa retangular ,revestida de madeira, forrada por dentro com terra batida e uma cavidade no meio onde se acendia a lenha.Para cozinhar a polenta a panela era suspensa em uma corrente, chamada “la catena”, era uma
espécie de tripé de ferro que sustentava a lenha mais alta que as cinzas.
À noite o fogo era coberto com cinzas para conservar o braseiro e facilitar o reascendimento no dia seguinte.”Se alguma janela se abrisse o vento podia reascender o fogo e causar incêndio durante a noite.” |Por isso a casa onde se guardava os documentos, dinheiro e bens, tinha que ficar preservada.
Era costume se traçar sobre as cinzas uma cruz para pedir proteção contra possíveis incêndios.
A cozinha funcionava como sala de estar, servindo como local para as refeições e encontros familiares.
Na “casa” ficava os quartos e uma sala , usada em raras ocasiões , como velórios , casamentos ou para receber visitas muito importantes.
No pátio próximo a casa, o forno de pão, o estábulo sempre isolado, e a latrina feita de tábuas.
Não se pintava as casas pela falta de tintas. Mas usava-se uma mistura de tabatinga (pó de arenito avermelhado) e óleo de cactus, dissolvido em água que protegia a madeira.
Já nos primeiros anos , o prato principal era a polenta,(preparada com farinha de milho moída e cozida na água). Normalmente era feita pela manhã , sendo consumida ainda quente e cremosa. Na colazzzione (marmita levada para aqueles que estavam no trabalho da terra), havia a polenta brustolada , torrada sobre uma chapa de ferro quente.
Data destes primeiros tempos de carência alimentar a passarinhada muito apreciada pelo colono. Este fato particular é expressado de duas maneiras: a abundância de aves encontradas na região e a necessidade de buscar ainda na natureza os primeiros alimentos, levou os colonizadores a caçarem pássaros , também se justifica o hábito como forma de proteção à lavoura , devorada por bandos de aves que deveriam ser exterminadas .
A refeição da manhã normalmente era brodo , leite e pão , (que eram muito crescidos). Ao meio dia polenta com queijo ,salame e vinho e a noite para as crianças polenta com leite. A mesa tornou-se menos pobre. Aos domingos se comia uma galinha com arroz ou com polenta.
A cama para dormir era feita de dois cavaletes e quatro ou cinco tábuas, e em cima um colchão feito de palha de milho _”scartóssi”
Na roça não se usava sapato ,era ao natural. Na escola as crianças iam de pés descalços ou de tamancos.
Tinha uma vaquinha , uma junta de bois , alguns porcos e galinhas .
Plantavam um pouco de cada , era comum o milho , o azevem ,o trigo , a batata doce , mandioca os temperos como mangerona , sálvia , basilicó.
Nos pomares eram plantadas árvores frutífera como a laranjeira, figueira , marmeleiro etc...
As frutas forneciam também os doces e compotas.
Aos poucos a paisagem foi transformada. As grápias , os louros , os cedros, as cabriúvas ,as canjeranas e as araucárias foram cedendo lugar ao trigo, centeio , linho e muitas , muitas parreiras.
Os remédios que usaram era óleo de rícino para má digestão , Chá de malva para dor de dente.,Dor de ouvido pingar azeite quente, baixar a febre , um suador tapado com as cobertas feitas de pena de galinha.
O filó com os vizinhos ia até as 11 horas, mas sempre antes se rezava um terço com todas as ladainhas possíveis. Era comum se ouvir as cantorias de grupos de vizinhos aqui e ali , e conseguia se saber se tinham apenas iniciado , se já tinham cantado a ladainha etc...Fiar e tecer linho, fazer a dressa (uma trança) com palha de trigo para se fabricar chapes e cestos., fabricar sportas, e , ainda, o crochê, o filé e o bordado eram forma de um trabalho artesanal que visava o embelezamento das residências e, eventualmente um ganho extra para comprar o enxoval da filha , prestes a casar.
Além do boi , da vaca das galinhas e porcos, em poucos anos : vinho,graspa, salame, presunto, banha e queijo.
As mudas de videira trazidas da Itália não sobreviveram.Os alemães que já haviam passado por experiências semelhantes , com espécies trazidos do vale do Reno, é que forneceram as primeiras mudas de uva Isabel, de procedência norte-americana, muito bem adaptadas à região, que passou a ser plantadas junto às casas, nas áreas de encosta.
Neste lugar nasceram mais três filhos de FRANCESCO e GIOVANNA são eles :Fiore Fortunado (bisavô de meus filhos) que nasceu em 1878 , Atílio Valentim nascido em 1881 e Balbina Maria em l889 , conforme registros na Cúria Metropolitana de Porto Alegre , aí juntamente com os outros filhos , cresceram..
As casas foram feitas de tábuas ( geralmente de pinheiro), rachada e falquejada, serrada a mão .A cozinha separada para evitar incêndios já que o fogo ficava permanentemente aceso.
Pequenas construções eram feitas ao redor da casa: abrigo para aves, suínos, terneiros, vacas , bois , cabras e ovelhas.
Algumas casa eram feitas de pedras ou tijolos , assim como as Igrejas. Os tijolos eram feitos à mão , secados no sol ou cozidos em covas profundas com fogo de nós de pinos. O barro era pisado com os pés. Muitas vezes depois de cavar o barro jogava-se água e eram espalhados grãos de milho para que os porcos fizessem o primeiro pisoteio. E quando não havia água os colonos doavam vinho para fazer o barro, (principalmente para a construção de Igrejas) ,já que havia vinho em abundância.
Santo Antonio do Forromeco fica às margens do arroio do mesmo nome e aí neste lugar nasceram mais três filhos de FRANCESCO e GIOVANNA são eles Fiore Fortunato que nasceu em 1878 ,Atílio Valentim nascido em 1881 e Balbina Maria nascida em 1889, conforme registros na Cúria Metropolitana de Porto
Alguns anos depois o 1º dos filhos nascidos no Brasil , Fiore Fortunato (conhecido como Fioravante )casou-se com Henriqueta Tedeschi e tiveram os filhos: Atílio Valandro , Antonio Ernesto Francisco Valandro ,Benjamin Valandro ,Ambrosina Valandro , Delinda Valandro ,Amábile Valandro e Alécio Valandro.
Com o passar dos anos Fiore , Henriqueta e os filhos vieram para Visconde do Rio Branco , hoje Pejuçara.



PORQUE FORROMECO



O historiador Pe Ruben Neis , que se dedica ao estudo dos ramos familiares , identificou o nome da pessoa Que era chamada de Forromeco. Viveu esta pessoa em Santa Terezinha ,à margens do Arroio Forromeco e da RS-122 .Francisco José Veloso , era o nome dele.
Cabe agora indagar: José Veloso foi apelidado de Forromeco por viver , solitário , às margens deste arroio,ou ,pelo contrário ; o arroio passou a ser identificado como Forromeco por viver às margens um homem com esse apelido? O que não se pode negar é que o homem e o arroio estiveram muito ligados entre si.
Quando teve inicio o grupo colonial Santo Antonio do Forromeco ?
Afirma Pe Neis:
Os primeiros imigrantes alemães teriam chegado em 1867.Em dezembro daquele mesmo ano a família de Lamberto Versteg , ou seja, sua esposa Walfrida Bloen e os filhos Lucila e Jacob foram assaltados e raptados por bugres , sendo que mãe e filha foram assassinadas .Por ocasião do rapto havia só três famílias no local. A comunidade guarda o nome dos três pioneiros: Lamberto Versteg (que teve a família raptada pelos bugres), João Boesing e Augusto Froen. Todos retiraram-se após o incidente.
Os imigrantes italianos,estabeleceram-se em Santo Antonio do Forromeco,logo após este triste
episódio.Segundo documento da Cúria Provincial dos Padres Jesuítas ,apesar de não se descuidarem de suas orações diárias que eram feitas em casas particulares ou até mesmo em capelinhas provisórias,os colonos iniciaram a construção de uma capela em 1874. Em 1882 finalmente o novo templo foi concluído.
São 23 os fundadores ,nem todos porém, aderiram imediatamente. As razões não eram de natureza religiosa. Atinham-se mais à ordem prática e administrativa : local da construção, escolha do padroeiro, comissão organizadora ,etc...
Com o passar do tempo os naturais atritos esmorecem e a lista completa-se, inclusive com os novos casais que vão se formando ,
Na nominata de pessoas que contribuíram para a aquisição da estátua de Santo Antonio Abade (Estatua estatua que possui deitado nos pés do santo um porquinho.) ,encontramos o nome de FRANCESCO VALANDRO e na listagem das mulheres encontramos o nome de GIOVANNA TRENTINAGLIA , como colaboradora na compra da estátua de Nossa Senhora . Pode-se afirmar que deve ter sido uma ocorrência simultanea à construção da Capela. Conhecendo-se a mentalidade de nossas capelas ,pode-se outrossim, concluir que ,muito dificilmente uma família omitia-se de contribuir numa circunstância dessa. Vale dizer que na nominata de doações consta quase a totalidade das famílias.




















Capela de Santo Antão do Foromeco

A história desta localidade está intimamente ligada à Capela, como pode se ver. A primeira capela , pequena de alvenaria, foi concluida em 1882 , sob a orientação dos padres jesuítas de Bom Princípio

Simultaneamente à construção da Capela ,a sociedade da capela de Santo Antônio do Forromeco edifica uma casa canônica. Seria para hospedar o sacerdote quando visitasse a comunidade ou haveria a pretensão (aliada a algumas promessas) de que aí fosse criada uma paróquia, já que São Vendelino caíra na desgraça das autoridades eclesiásticas de Porto Alegre e perderam a luta para Bom Princípio?
Em l936 a Capela passou por uma reforma e um acrescimo , concluídos em 1937. Esta obra está preservada até hoje, embora hoje não se realize mais culto religioso. Constitui um monumento da arquitetura religiosa do tempo da colonização , que deve ser restaurado e preservado.
Em 1985 , foi inaugurada a Capela nova, localizada ao Norte da estrada , entre a antiga Capela e o salão de festas. No interior da nova Capela , espaçosa e de estilo moderno, encontra-se a velha estátua de Santo Antonio Abade (com um porquinho deitado a seus pés ) , assim como; a de Nossa Senhora , talhada em madeira e recentemente pintadas.
















Nossa Senhora Santo Antão Abade




FOTOS DE SANTO ANTONIO DO FORROMECO































Santo Antonio do Forromeco fica às margens do arroio do mesmo nome e aí neste lugar nasceram mais três filhos de FRANCESCO e GIOVANNA são eles Fiore Fortunato que nasceu em 1878 ,Atílio Valentim nascido em 1881 e Balbina Maria nascida em 1889, conforme registros na Cúria Metropolitana de Porto
Alguns anos depois o 1º dos filhos nascidos no Brasil , Fiore Fortunato (conhecido como Fioravante Rizzieri ) ,casou-se com Henriqueta Tedeschi , e tiveram os seguintes filhos:



DESCENDENTES DE FIORAVANTE RIZZIERI VALANDRO




















FIORE FORTUNATO ou FIORAVATE RIZZIERI ( como era conhecido) , nascido em 1878 em Santa Maria da Soledade ,então distrito de Garibaldi , hoje São Vendelino , casou-se com Henriquieta Tedeschi e teve os seguintes filhos:Gilda ,Atílio, Ana ,Benjamim ,Ambrosina , Amábile , Afonso ,Delinda e Alécio.
Com o passar dos anos Fioravante e, Henriqueta vieram com os filhos de Garibaldi para Visconde do Rio Branco , hoje Pejuçara. Chegando em Visconde fizeram novas amizade , dentre elas com o casal Roberto Cervi e Savina Bertagnoli .
As duas familia com numerosa prole , conviviam na maior harmonia ,até que , Atilio , filho de Fioravante passou a namorar Virgínia filha de Roberto Roberto e Savina . Esse relacionamento ficou tumultuado pois Virgínia engravidou e teve que casar às pressas com Atilio.
Antonio Ernesto Francisco , filho de Fioravante apaixona-se então por Tereza então com 16 anos ,filha de Roberto Cervi , irmã de Virgínia.
Devido ao ocorrido com Virgínia e Atílio, os pais Savina e Roberto não aceitam este namoro, a pressão foi tanta que Tereza teve que sair de casa indo morar temporariamente com Virgínia e Atílio.
Logo em seguida Tereza decide ir trabalhar na casa de Ricardo Déqui para assim adquirir o mínimo indispensável como enxoval.
O mano Oreste , dava bastante cobertura a Tereza , ajudando-a muito nestas horas difíceis.
Decididos a dar um fim a toda aquela discórdia, Tereza e Antônio decidiram casar-se no dia 19 de março de 1927 na cidade de Cruz Alta.
Alguns anos se passaram e com a morte de Henriquieta , Fioravante casa-se com ............................... que um ano depois também vem a falecer.
Desgostoso com o falecimento da esposa já com os filhos todos criados , Fioravante muda-se para Visconde do Rio Branco , hoje Catuípe. Aqui chegando contrai núpcias com ............................ com a qual viveu até os últimos dias de sua vida. Fioravante veio a falecer 27/09/1942.






















Fioravante Valandro e a Federala

DESCENDENTES DE ANTONIO FRANCISCO ERNESTO

Os primeiros anos de vida de casados trabalharam como agregados nas terras de Déqui. A filha mais velha Dalzira nasceu nestes meios, desta união, nesta localidade. Daí mudaram-se para General Daltro (hoje Três Vendas) no município de Catuípe, morando ali durante dois anos, nascendo então Adélia e Alcides.
Logo depois compraram um pedaço de terra na localidade de Passo Burmann onde nasceram os outros filhos ,Olga, Isolda, Agenor Roberto e Anadir..
Antônio e Tereza, assim como toda a família, trabalharam como agricultores, principalmente no plantio de alfafa, adquirindo uma invejável situação econômica.
Em meados de 1954 mudaram-se para Catuípe onde instalaram a “Sociedade Agrícola”, firma esta próspera que negociava alfafa com o “Glorioso Exército Brasileiro”.
Com a morte de Antônio em 25 de dezembro de 1960 a firma que também funcionava como Mercado de Secos e Molhados deixou de existir.
Tereza que no decorrer desta trajetória havia passado trechos difíceis de sua vida, principalmente em função de distúrbios mentais passa a comandar com sua garra e coragem esta família vindo a falecer em 10/01/2002 . Esta família que conviveu mais com a VÓ TEREZA sempre admirou seu exemplo de vitalidade e força, determinação e bondade.